treino-coletivo

O treinamento coletivo

Um modelo de treino tático consagrado pelo futebol brasileiro.

Na Europa, um dos motivos que impediam a prática frequente do treinamento coletivo (11×11) talvez fosse a impossibilidade que os times tinham de usar o campo de jogo durante toda a semana. As condições climáticas nunca favoreceram o uso indiscriminado dos campos de treinos, que geralmente eram os mesmos utilizados para os jogos.

Os gramados ficavam parcialmente destruídos após um treinamento ou jogo, por causa das características da grama e do clima frio e úmido de quase todo o ano. É verdade que hoje isso não é mais problema para os grandes clubes, que construíram campos suplementares ou mesmo modernos centros de treinamentos. Mas ainda continuam sofrendo desse mal muitos médios e pequenos clubes europeus.

Essa necessidade induziu os treinadores a procurar alternativas para treinar taticamente suas equipes usando apenas as pequenas áreas disponíveis nos clubes, além dos ginásios poliesportivos. Hoje, mesmo com vários campos à disposição, o hábito de treinar em espaços reduzidos persistiu.

Trabalhei dois anos em Portugal, onde semanas inteiras de treinamentos eram feitas em pequenos espaços, por falta de campos no longo inverno. Nem por isso deixava-se de treinar taticamente as equipes.

Em terras brasileiras, em que o bom clima e a fartura dos espaços são concessões da natureza, os treinamentos em campos de dimensão oficial constituem prioridade. Isso também contribuiu para que o treinamento coletivo tivesse importância destacada na programação de atividades semanal.

O treinamento coletivo tradicional, 11×11 em “campo grande”, era o treino tático mais simples, importante e motivante que subsidiava o treinador na correção de erros e desenvolvimento do jogo das equipes. Além do mais, o “modelo coletivo” foi passado de geração em geração, como a única ferramenta tática disponível utilizada pelos técnicos.

Como o futebol é culturalmente tradicional, as mudanças na metodologia de treinos resistem em acontecer ao longo dos anos. Também por isso o coletivo até hoje reina, tal o grau de confiabilidade e o número de adeptos que adquiriu ao longo do tempo. A entrada de novos profissionais no futebol e os efeitos da globalização trouxeram novidades para a metodologia de treinamentos táticos no Brasil. Até o próprio coletivo sofreu transformações.

De maneira geral, o coletivo à moda antiga é considerado um recurso viciado e incompleto para atender às necessidades gerais do desenvolvimento tático de uma equipe de futebol. Além do mais, é fator estressante para os treinadores, uma vez que, não raro, pode mascarar a realidade técnica individual dos jogadores e de conjunto das equipes suplente e titular. Com frequência os suplentes se superam nos treinos, enquanto os titulares se poupam.

O resultado disso costuma perturbar os treinadores nas opções táticas a fazer. Pensando nisso, aconselho usar recursos didáticos, pelo menos no coletivo apronto, com vistas a assegurar a elevada auto- estima da equipe para os jogos. A procura por outros modelos de treinamentos táticos tem sido uma constante para as novas gerações de técnicos de futebol.

Isso e muito mais na 2ª Edição do Universo Tático do Futebol – escola brasileira

O assunto é polêmico, principalmente no Brasil. Tratarei de outros detalhes sobre o treinamento coletivo em reflexões futuras.

Até a próxima!!

Quer receber mais conteúdos como esse gratuitamente?

Cadastre-se para receber os nossos conteúdos por e-mail.

Email registrado com sucesso
Opa! E-mail inválido, verifique se o e-mail está correto.

Fale o que você pensa

O seu endereço de e-mail não será publicado.